No ano passado, ao cobrir os painéis do Congresso da Associação Brasileira
de Televisão por Assinatura (ABTA), o Portal Comunique-se noticiou a visão
do mercado para 2015. À época, o otimismo tomava conta das discussões sobre
TV por assinatura e a maioria dos executivos concordava que era injusto
falar de ano ruim para o setor, pois, mesmo diante da crise, os resultados
seriam bons. Passados alguns meses, a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) divulgou que quase meio milhão de assinantes cancelaram suas
contas de julho a novembro. As informações do Comunique-se.
As informações do site Notícias da TV mostram que as operadoras fecharam o
penúltimo mês de 2015 com 19,167 milhões de assinantes. Os números
representam queda de 2,5% se comparados com os de julho, quando o setor
tinha 19,658 milhões de clientes. A previsão da ABTA para o ano era de
“crescimento zero” e de fato a oscilação foi pequena já que novos
assinantes chegaram ao período. Se comparados os números do segundo
semestre, novembro foi o pior mês para o mercado, quando todas as
operadoras registraram queda.
Presidente da ABTA, Oscar Simão falou sobre o cenário no ano passado. De
acordo com ele, o setor esperava estagnação, mas não contava com a retração
na economia do país. Segundo o executivo, em 2016 pode haver redução ainda
maior de clientes, principalmente em 15 estados e no Distrito Federal, onde
a alíquota do ICMS sobre o serviço deverá passar de 10% para 15%. “O
aumento da carga tributária é uma das nossas maiores preocupações. Porque
junta isso com um momento ruim e acaba tendo um efeito negativo muito
grande, com aumento do preço e a redução da demanda”, disse Simões, segundo
matéria da Agência Brasil de 2015.
Além disso, o roubo de sinal foi apontado como preocupante durante a ABTA
do ano passado. Simões falou que a situação econômica pode incentivar o
acesso clandestino à programação fechada. Estima-se, de acordo com o
executivo, que quase 5 milhões de casas possuem este tipo de conexão
atualmente. Em 2014, o número já alcançava 4,2 milhões de domicílios.
“Quando a pessoa tem hábito de ter o serviço em casa e, de repente, não
pode mais pagar, ela se sente atraída a cair em tentações”, explicou. Ele
disse que as mais variadas ofertas facilitam esse tipo de situação e que o
crime envolve o mercado internacional e pessoas competentes no esquema.
(foto: internet)
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