O apoio da população ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT)
cresceu oito pontos desde fevereiro. Agora, 68% dos eleitores são
favoráveis ao seu afastamento pelo Congresso Nacional. Também houve um
salto, de 58% para 65%, no total dos que acham que Dilma deveria renunciar
à Presidência. As informações são de Fernando Canzian na Folha de S. Paulo.
O percentual dos contrários ao impeachment foi de 33% em fevereiro para 27%
agora. Segundo pesquisa Datafolha realizada entre os dias 17 e 18 de março,
a reprovação ao governo da petista também retornou ao seu patamar recorde:
69% avaliam sua administração como ruim ou péssima.
A taxa é comparável aos 71% de reprovação alcançados por Dilma em agosto de
2015, o mais alto da série histórica do Datafolha (iniciada em 1989),
levando-se em conta a margem de erro de dois pontos percentuais.
O instituto ouviu 2.794 eleitores em 171 municípios de todo o país.
O apoio ao afastamento da presidente cresceu em todos os segmentos
pesquisados.
A intensidade foi maior entre os que têm entre 45 e 59 anos (de 52% para
68%), na parcela dos que têm 60 anos ou mais (48% para 61%) e entre os
eleitores mais ricos (54% para 74%).
Como comparação histórica, em pesquisa Datafolha realizada nos dias 2 e 3
de setembro de 1992, a menos de um mês da votação do impeachment do
ex-presidente Fernando Collor, 75% dos brasileiros defendiam a medida e 18%
eram contrários a ela -7% diziam não saber opinar.
*PROTESTO E COMISSÃO*
A piora na avaliação de Dilma e o aumento nas taxas dos que acham que ela
deveria ser afastada pelo Congresso ou renunciar se dão na sequência da
maior manifestação política já registrada pelo Datafolha: um ato contra a
presidente reuniu 500 mil pessoas na avenida Paulista no domingo passado
(18).
Na quinta-feira (17), a Câmara dos Deputados elegeu a comissão especial que
analisará o processo de impeachment da presidente.
Dos 65 deputados membros da comissão, 33 são da oposição ou dissidentes já
declarados, com inclinação pró-impeachment.
O bloco de apoio a Dilma soma 22 parlamentares. Os demais estão ainda
indecisos ou em negociação sobre que posição tomar.
O levantamento do Datafolha mostra que, entre fevereiro e março, houve
também alta expressiva nas parcelas dos que, independentemente da posição
sobre o impeachment da presidente, acreditam que ela será afastada.
No levantamento anterior, eram 60% os que não acreditavam na sua
destituição do cargo. Agora, uma parcela de 47% acha que ela não será
afastada pelo impeachment.
Embora a saída de Dilma tenha apoio majoritário entre os brasileiros, a
perspectiva de um governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB)
não obtém o mesmo respaldo: apenas 16% acreditam que um eventual governo do
peemedebista seria ótimo ou bom. Para 35%, seria ruim ou péssimo.
Em uma lista que inclui vários presidentes desde a redemocratização, Dilma
também aparece à frente dos demais na percepção dos eleitores em relação ao
governo em que mais houve corrupção.
Para 36% dos entrevistados, seu governo é o que mais teve desmandos. Lula e
o ex-presidente Fernando Collor aparecem na sequência, citados por 23% e
20% dos entrevistados, respectivamente.
A corrupção também aparece na pesquisa pela segunda vez consecutiva como o
principal problema do país: 37% a consideram a maior chaga, taxa superior
aos 34% registrados em fevereiro.
(foto: Feliciano Bomfim)
*link matéria*
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/03/1751950-apoio-a-impeachment-de-dilma-cresce-e-chega-a-68-diz-datafolha.shtml
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