Mestres em criar direitos e cobrar aumentos, especialistas em greves, doutores em invasões à Assembleia Legislativa, os líderes da APP Sindicato mantém um silêncio sepulcral quando o assunto é qualidade da educação.
O Brasil acaba de perder duas posições e ficou em 60º lugar no ranking mundial de educação. O resultado foi divulgado na quarta-feira, 13, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A APP, certamente, não vai gastar um minuto de seu tempo para debater essa “irrelevância” que é a qualidade do ensino.
Não adianta dizer que o problema registrado pela OCDE é nacional. O Paraná da APP está mal na foto. Em 2014, o estado perdeu cinco posições no ranking do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do ensino médio, caiu da terceira para a oitava posição.
Um resultado que não pode ser creditado apenas à gestão pública que, por sinal, concedeu notáveis avanços salariais para os professores no período. Hoje, segundo a líder da APP, Marlei Fernandes, um professor da rede estadual pode se aposentar no Paraná com até R$ 12 mil mensais. Aposentadoria especial, com apenas 25 anos de serviço, recebendo três vezes o teto do INSS.
Um professor da rede estadual do Paraná, que começar a trabalhar com 22 anos, pode se aposentar aos 47 anos. Com expectativa de vida de 75 anos, vai usufruir de aposentadoria por mais tempo que o período de contribuição (25 anos de contribuição e 28 anos de aposentadoria) recebendo um valor superior a média dos valores de contribuição. Um privilégio único.
O problema, portanto, não é o investimento do estado em educação. O nó da questão tem tudo a ver com a qualidade dos profissionais de ensino e, principalmente, com seu real empenho em ensinar.
No Paraná, o grevismo político, a serviço do PT, deixou em último plano a qualidade do ensino. Neste ano, por exemplo, os professores da rede estadual saíram das férias do fim do ano direto para uma greve. E a paralisação durou 29 dias.
Totalmente indiferentes à situação dos alunos e de seus pais, a APP, depois de voltar a dar aulas por duas semanas, decretou nova greve em 25 de abril, com objetivo expresso de melar a votação da mudança na Previdência proposta pelo governo.
A nova paralisação e a tentativa de invadir de novo a Assembleia, resultou no confronto violento do dia 29 de abril entre professores da APP e a Polícia Militar que cumpria determinação judicial de garantir o funcionamento do Legislativo.
Ainda que tenham perdido a causa, os professores não perderam a disposição para manter a greve. O fato de a paralisação não ter mais objeto e de estar provocando transtornos tremendos aos alunos e danos irremediáveis ao ano letivo não os intimida nem os preocupa.
Enquanto demonstram toda a sua indiferença às necessidades dos alunos, os professores ministram cursos de radicalismo e ferocidade. Em 10 de fevereiro invadiram a Assembleia, derrubaram cercas, quebraram portas e intimidaram fisicamente deputados e funcionários. Ao desocupar o prédio, dias depois, deixaram um rastro de destruição, furtos e prejuízos estimados em R$ 51 mil.
Em 1º de maio, revoltados com a ação policial, que os impediu de invadir, de novo, a Assembleia e interromper a votação, voltaram ao Centro Cívico e deram aos seus alunos lições inesquecíveis de selvageria.
Entre elas, arriaram a bandeira do Paraná hasteada em frente ao Palácio Iguaçu e a pintaram de vermelho. Depois a rasgaram. Na frente da Assembleia, outra aula de civismo. As bandeiras do Paraná e do Brasil foram baixadas de seus mastros e queimadas.
Com professores assim, não há qualidade de ensino que resista.