Os três candidatos favoritos na eleição de Cascavel são apoiadores do Ratinho Jr. Tanto o líder Edgar Bueno, o segundo nas pesquisas Márcio Pacheco, e o terceiro, Renato Silva, são seus apoiadores. Ao decidir-se pelo Renato Silva, Ratinho perderia os outros dois, obviamente. Como continuar seguindo um governador que os desprezou na hora da eleição da sua vida? Ratinho foi pressionado pelo prefeito Paranhos, e tem manifestado sua insatisfação com isso, pois considera essa pressão inadequada e deseducada. Foi inteligente ao não comparecer à convenção. Com seus pedidos, insistências e prepotência, Paranhos se transformou numa mala sem alça para o Ratinho e seu círculo mais próximo.
A COMPRA DO CANDIDATO A VICE
Demorou, mas começou a campanha à prefeitura de Cascavel. Vamos pular aquela frescura de pré-campanha, e ir direto aos pontos que interessam, para posicionar os leitores de todas as cidades do Paraná, onde chega o Impacto, sobre a eleição em Cascavel.
- Existem três candidatos sólidos, disputando as duas vagas do segundo turno. Edgar Bueno, líder desde que começaram as sondagens, enquetes e pesquisas registradas. Márcio Pacheco, deputado estadual, e Renato Silva.
- Edgar é ex-prefeito por três vezes, faz campanha solitária, de casa em casa. Pacheco é deputado estadual no terceiro mandato, trabalhador e bom de voto. Renato Silva é o vice-prefeito atual, tem apoio do prefeito bem avaliado Paranhos, do Ratinho Jr., de boa parte do empresariado, da mídia, das suas rádios CBN e Colmeia, e dinheiro à vontade. Mesmo assim, não decola.
- O candidato a vice do Pacheco seria o vereador mais votado de Cascavel, Rômulo Quintino, evangélico, que acompanhou o Pacheco pelos bairros até três dias atrás. Na véspera da convenção, anunciou que se bandeava para o lado do Renato, comprado por uma suspeita promessa de assumir cadeira na Assembleia em janeiro (é segundo suplente do PL). O acordo teria o aval do Governador Ratinho, do Paranhos, do deputado Giacobbo. Boatos de dinheiro e vídeos de chantagem de uma assessora não são comprovados.
- O pessoal da Prefeitura, que apoia o Renato, espalha que, na negociação, a Igreja evangélica a que o vereador pertence estaria incluída no pacote. A igreja desmente, ninguém acreditou que uma Igreja séria e respeitada se sujeitaria a uma bobagem dessas, e a população está vendo a compra como uma baixaria típica de quem está desesperado.
- O Ministério Público e a Justiça Eleitoral estão quietos até agora, mas se forem provocados podem investigar a negociata.
RENATO SILVA E OS PROFESSORES DE DEUS
Em 2004, há 20 anos, Renato Silva candidatou-se a prefeito de Cascavel com uma ampla base de apoio. Contava com apoio de muitos partidos, líderes políticos conceituados, empresários ricos, entidades classistas, Igreja Católica, dinheiro à vontade, Rádio Colmeia, e muitos outros eteceteras.
Com dinheiro sobrando na campanha, foi contratada uma equipe de marketing de renome nacional, a peso de ouro. Além disso, líderes importantes do Oeste davam seus palpites em conjunto com os marqueteiros de fora, mostrando ao Renato como se comportar, como falar, que assunto devia abordar, que cor de camisa usar nas gravações para a televisão. Devia ser simpático, e a cada pergunta em debates, mesmo as mais agressivas, deveria esfregar as mãos e iniciar a resposta com muita simpatia, tipo “obrigado pela pergunta, que bom que você abordou esse assunto…”.
Ensinaram o Renato a dizer que ia pintar a cidade de ouro, exceto os barrancos, onde teríamos belas flores. Enfim, o Renato empresário bem-sucedido, o pai de família, o cara simpático, mais esperto que todos os marqueteiros e palpiteiros juntos, sumiu, não foi mostrado.
RENATO SILVA E OS PROFESSORES DE DEUS II
Seus adversários, naquele longínquo 2004, eram o prefeito Edgar Bueno que sofria um processo de desgaste grande, porque era duro na queda, não abria mão do rigor da lei e não fazia favores; o Leonaldo Paranhos, vereador obscuro, sem nenhuma chance naquele momento, e o Lísias Tomé, médico pobre, apoiado por meia dúzia de companheiros, com uns tostões doados por aqueles empresários que dão cem para o favorito, mas para prevenir dão um para cada candidato. O marketing só tinha o Estefano Anzoategui e a intuição do próprio Lisias, que se mostrou ótima. Os dois deram um banho nos marqueteiros caríssimos e nos palpiteiros do Renato. O resultado todos conhecem: além de perder, Renato saiu da campanha com uma imagem de pessoa despreparada, indecisa. Ele foi culpado: deixou-se levar pelo “grupo” que o escolheu, não foi ele mesmo em nenhum momento.
A REPETIÇÃO DO ERRO
Nesta campanha, outras pessoas aparecem como sendo os verdadeiros candidatos. Seus cabos eleitorais repetem o tempo todo: “Paranhos vai eleger o Renato”. “Ratinho Jr. vem apoiar Renato”. “Bolsonaro apoia Renato”. “Os vereadores do Paranhos vão apoiar o Renato”. “Os secretários do Paranhos vão apoiar o Renato”. E a pior ofensa: “O Renato vai continuar os mandatos do Paranhos, sem mudar nada”.
Não se escuta uma única voz: “O Renato é um bom candidato. O Renato tem um plano de governo próprio. O Renato vai sim a debates porque ele não é analfabeto. O Renato é que é o candidato, e não o Ratinho ou o Paranhos.”
É um replay piorado de 2004. Estão escondendo o Renato, como se o povo fosse idiota de votar em um candidato fantoche do Paranhos e do Ratinho. Para piorar: fazem tudo isso quando o candidato é uma pessoa inteligente, senão não seria tão rica. Preparado, senão não teria feito tantos votos em campanhas anteriores para deputado federal, com discurso próprio. Tem ideias próprias, é bom pai de família.
Renato, opinião nossa, está rodeado de toupeiras, professores de Deus que não têm votos ou capacidade para concorrer à vereador. Todos ensinando o Renato como falar, como agir. Comprando apoiadores de outros candidatos, como se o povo aceitasse pacotões prontos, grupos econômicos cabresteando um prefeito e a velha política de comprar adversários, como fizeram com o vice-prefeito do Pacheco. Negociando sete secretarias para ter um vice como o Mecabô, que, como disse o Valdomiro Cantini, não soma nada. Eles vendem o Renato como um incapaz, um capacho, e querem que o povo vote nele. Baseado no respeito mútuo que sempre tivemos, permito-me sugerir ao Renato: se liberte desses néscios que querem emprego na prefeitura, ou vender alguma coisa superfaturada. Que a cada eleição estão com um candidato diferente, de galho em galho.
Vá ganhar ou perder sendo você mesmo, Renato.
Caro leitor de Cascavel, estão explicados os maus números das pesquisas?
BETO RICHA: FIM DOS PROCESSOS
BETO DIZENDO ; até que enfim desatou os meus nós!
Na última quinta-feira (25) de julho, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná encerrou mais um capítulo da maior farsa judiciária já cometida no estado contra um político. Depois do arquivamento por absoluta falta de provas nas Operações Rádio Patrulha, Integração, Piloto e Lava Jato, agora foi a vez do arquivamento da Operação Quadro Negro, que inocentou o ex-governador Beto Richa e encerrou o último processo da série de perseguições que atrapalhou a trajetória política de um dos mais promissores políticos que o Paraná produziu.
O Paraná hoje já conhece os detalhes da ação tramada por alguns membros do Gaeco e do Poder Judiciário, com amparo da imprensa marrom que teve suas verbas cortadas pelo então governador. Beto dizia que o povo do Paraná não podia ver o dinheiro suado do imposto que pagava ser transferido para grupos de mídia poderosos que se achavam donos do Paraná.
Beto entra na campanha deste ano, como candidato a prefeito de Curitiba, para recuperar sua posição política anterior e especialmente para ter espaço no Programa Eleitoral para, depois de muitos anos, finalmente isento de qualquer acusação, apresentar sua versão da perseguição que todos testemunhamos. Missão difícil, pela força das ações que sofreu, mas não impossível.
A CONVENÇÃO DA PREFEITURA DE CASCAVEL
Na noite de terça-feira (27), mais da metade dos nomeados em cargos em comissão do Paranhos compareceu à convenção que oficializou Renato Silva como candidato à prefeitura de Cascavel. Foi uma bela festa. Paranhos discursou dizendo que o Renato, se eleito, não vai fazer nada, só deixar o seu (dele, Paranhos ) governo continuar. Representando o empresariado que superfatura as vendas para a Prefeitura, o presidente da Associação dos Vendedores disse que nada vai mudar, todos podem votar tranquilos. O pessoal que aprovou loteamentos irregulares ficou no canto esquerdo do clube, bem no alto, e a turminha que lucrou com a aprovação do perímetro urbano no lado direito. Os funcionários da Contersolo, que fez os tubos do Ecopark da região norte, vieram em peso de Maringá. Os vendedores de uniformes escolares para as crianças estavam faceiros na segunda fila. Representando a imprensa, um jornalista agradeceu pelos oito anos de mordomias inéditas, e prometeu total apoio ao candidato oficial, desde que as verbas sigam no mesmo ritmo. Alécio Espínola comandou o grupo dos vereadores com cabos eleitorais nomeados na Prefeitura, um dos mais animados, e no discurso prometeu aos presentes que o Renato vai manter todos os cabos eleitorais nomeados atualmente. A prefeitura emitiu nota oficial desmentindo que os nomeados em cargos em comissão seriam demitidos caso não fossem à convenção. Teriam apenas uma pequena multa de 50% do salário. Após uma intensa disputa, Henrique Mecabô conseguiu a vaga de vice na chapa, e traz sua experiência de trinta dias como estagiário “em agência do governo americano (a conferir). ”
A cadeira do Ratinho Jr. também não foi ocupada.