O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou nesta quarta-feira (20) diz que quer pedir a exumação do corpo do ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010. Segundo o parlamentar, ele recebeu denúncias de que a viúva de Janene, Stael Fernanda Janene, não tem certeza de que ele esteja morto. A filha do ex-parlamentar, Danielle Kemmer Janene, afirmou ao UOL que o deputado está sendo “desrespeitoso”.
Danielle também afirmou que participou da liberação do corpo de Janene e que ele era muçulmano e, por isso, não foi enterrado em um caixão, mas sim envolvido com uma túnica branca, como determina sua religião.
“Eu duvido que alguém tenha entrado em contato com a minha madrasta [Stael]. Esse deputado foi desrespeitoso com a minha família e com a religião. Segundo a relegião, ele morre e vai para o paraíso e para entrar no paraíso precisa usar branco. O corpo tem que ser lavado por familiares, no caso do meu pai quem lavou foram três parentes”, disse Danielle.
A filha de Janene também afirmou que a CPI perdeu “credibilidade” ao estudar solicitar a exumação do ex-parlamentar.
Janene é apontado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, delatores da operação Lava Jato, como um dos políticos que atuaram no esquema de pagamento de propina envolvendo a estatal.
“Ele morreu de infarto e ninguém o viu morto. É uma coisa muito estranha. O caixão chegou lacrado. Há uma suspeição de que ele possa estar vivo”, declarou Motta.
O presidente também afirmou que recebeu informações de que Janene poderia estar vivendo na América Central.
Motta disse ainda que a CPI deve enviar uma comissão a Londrina, onde o corpo de Janene está enterrado, e que vai coletar DNA dos restos mortais e comparar com o material genético de membros da família do ex-parlamentar. Para conseguir autorização para a exumação, ele pretende aprovar um ato da presidência da CPI, que não precisa de ser votado pelos membros da comissão.
A CPI está tentando ouvir Stael na comissão, mas ainda não há requerimento aprovado para sua convocação para depor.