O governador Beto Richa (PSDB) disse nesta quarta-feira, 20, em Brasília que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) precisa primeiro pagar o piso nacional dos salários aos professores – R$ 1,9 mil – mineiros, proposto por Pimentel para ser pago em três anos “para depois falar do Paraná”.
“O governador (Fernando Pimentel) de Minas Gerais, de forma oportunista, agredindo o Paraná, diz que concedeu mais de 31% de aumento aos professores em três ou quatro anos. Ele nem alcança nem de perto, nem de longe, o piso que é pago no Paraná que é de R$ 3,2 mil”, disse Richa.
“Eu posso conversar com ele (Pimentel) na hora que ele chegar no piso que eu pago no Paraná. E se ele tem diálogo com os sindicatos, nós sempre fomos abertos ao diálogo, o dele certamente foi mais fácil porque petista fala bem com petista”, completou.
No Paraná – Beto Richa disse ainda que o país está assistindo “um corporativismo muito forte”. “Temos que ter um limite para isso, senão daqui a pouco todas as receitas das administrações públicas, estados e prefeituras, vão ser para pagar salário dos servidores”, disse.
Além dos salários dos servidores, Richa disse que os estados também precisam e têm “a obrigação de investir em áreas essenciais para a população, em políticas públicas de saúde, segurança, educação, investimentos em infraestrutura, transporte e logística”.
Richa disse que no Paraná, os professores tiveram o maior aumento salarial na história e a ampliação de 75 da hora-atividade. “O piso nacional de R$ 1,9 mil, que em muitos estados não chegam a este ponto, no Paraná o piso é de R$ 3,2 mil. O salário médio no Paraná é de R$ 4,7 mil”.
“Segundo a própria ex-presidente da APP-Sindicato (professora Marlei Fernandes), candidata (a deputada federal) do PT nas últimas eleições, gravou um vídeo admitindo que tem professores ganhando no nível mais alto de R$ 8 mil a 12 mil no Paraná. Com estes números, posso atestar a todos que esta greve é sem foco, é uma greve evidentemente política”, completou Richa.
Lula e Pimentel fazem ‘proselitismo’ com greve de professores, ataca Richa
Catia Seabra, Gabriela Guerreiro
Folha de S. Paulo
O governador do Paraná, Beto Richa, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de Minas Gerais, o petista Fernando Pimentel, de fazer “proselitismo” com a crise que enfrenta com os professores do Estado em greve.
Apresentando uma tabela em que compara o piso salarial do professor do Paraná (R$ 3.194,71) ao de Minas (R$ 2.061,68), Richa afirmou, nesta quarta-feira (20) que Pimentel faz uso político da crise em seu Estado. E desafiou: “Ele não alcança nem de longe o piso do Paraná. Quando Pimentel atingir esse piso, pode vir discutir comigo”.
Na semana passada, ao assinar acordo com trabalhadores da educação de Minas Gerais para o pagamento do piso nacional até 2017, Pimentel criticou Estados em que a categoria ainda está em greve e disse que “construiu consenso” para evitar paralisação.
Ele classificou de “espetáculos lamentáveis” a repressão a protestos da categoria em outros Estados – uma referência indireta à gestão Richa, criticada após uma ação policial deixou quase 200 feridos durante manifestação de professores.
“Ao contrário de outros Estados, onde nós estamos assistindo até espetáculos lamentáveis de agressão aos professores, em Minas nós construímos o diálogo, o consenso”, disse após a cerimônia.
No Paraná, uma das reivindicações dos professores é justamente o reajuste de acordo com o piso nacional do magistério.
Atualmente, a categoria está em greve em cinco Estados, quatro deles governados pelo PSDB -São Paulo, Goiás, Pará e Paraná- e um pelo PSD, Santa Catarina. Em Minas, o sindicato dos trabalhadores de educação é filiado à CUT, braço sindical ligado ao PT, e comandou greves nas gestões dos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia.
Richa disse que há “um corporativismo” no país. “É preciso impor um limite a isso”. disse. O tucano participa de reunião de governadores a convite do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).