O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmou nesta
quinta-feira, 29, que definirá em novembro se vai deferir ou não os
pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) que foram
protocolados na Casa. “Vamos, no curso do mês de novembro, tomar uma
decisão. Mas não vamos estimular o debate”, disse o peemedebista. Ele não
sinalizou, porém, qual será seu veredicto sobre os pareceres dos juristas
Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior e do advogado Luís Carlos Crema, que são
considerados pela oposição os mais consistentes. As informações são do
Estadão.
Embora não tenha fixado uma data para deflagrar o processo, o Estado apurou
que Cunha planeja bater o martelo nas duas últimas semanas do mês. A ideia
é deixar claro que ele não foi influenciado pelo ultimato dado por líderes
de partidos de oposição que definiram o dia 15 como “prazo”.
Como a decisão é monocrática e não há um prazo definido no regimento
interno da Câmara para que seja tomada, havia entre deputados de oposição o
temor de que Cunha procrastinasse o processo.
O presidente da Câmara anunciou em plenário nesta quinta . O chamado
“manual do impeachment” havia sido barrado por três liminares do Supremo
Tribunal Federal, que agora perderam o efeito.
A decisão deu novo ânimo aos partidos de oposição ao governo. O bloco
pró-impeachment no Congresso temia que o agravamento das denúncias contra
Cunha fizesse com que ele se aproximasse do Palácio do Planalto em troca de
ter o seu mandato poupado no processo que responderá no Conselho de Ética
da Casa por suposta quebra de decoro parlamentar.
“O movimento (pelo impeachment) chegou a ter o apoio de 320 deputados, mas
depois deu uma esfriada. Agora vamos refazer as contas”, afirma o deputado
Paulinho da Força (SDD-SP).
Os oposicionistas agora estão divididos sobre a melhor estratégia. Parte
dos deputados avalia que seria melhor Cunha rejeitar o pedido, uma vez que
o presidente da Casa está enfraquecido pelas denúncias de suposto
envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação
Lava Jato da Polícia Federal.
Dois partidos, o PSOL e a Rede, entraram com uma representação no Conselho
de Ética da Câmara para que Cunha seja investigado por suposta quebra de
decoro parlamentar. Os partidos entendem que ele mentiu em depoimento à CPI
da Petrobras, em março, quando disse que não possuía contas no exterior.
(foto: Agência Câmara)
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