Dilma é acusada de comprar votos e Maluf também acusa governo de ‘comprar’ deputados do PP

maluf

O deputado Paulo Maluf (PP-SP), integrante da comissão que analisa o
impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, acusa o governo de
oferecer cargos para “comprar” o apoio de parlamentares do seu partido para
salvar o mandato de Dilma. As informações são de Bernardo Mello Franco na
Folha de S. Paulo

O ex-prefeito de São Paulo prometia votar contra a cassação da presidente,
mas diz que se agora sente “liberado” para mudar de ideia.

“O governo está se metendo num processo de compra e venda que é
detestável”, disse Maluf à Folha de S. Paulo. “Querem construir maioria no
Legislativo dividindo o Executivo. Não é assim”, afirmou.

O deputado não quis citar nomes de colegas do PP que estariam negociando
votos em troca de cargos e verbas. Ele trava um conflito interno com a
direção do PP.

“Se os deputados do partido se elegeram com a Dilma, eles tinham a
obrigação moral de estar com ela agora”, afirmou.

“Eu não queria fazer uma injustiça com a presidente, que é uma senhora
correta e tem uma vida limpa. Mas agora a minha tendência está mudando”,
disse Maluf.

O ex-prefeito fez elogios ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), que
substituirá Dilma se o impeachment for aprovado. “O Michel é um sujeito
correto e decente. É um homem respeitado, um político nota 10”, disse Maluf.

*NEGOCIAÇÃO*

Em 2012, Maluf negociou o apoio ao então candidato do PT à Prefeitura de
São Paulo, Fernando Haddad, em troca de um cargo no Ministério das Cidades.
Ele emplacou um aliado na Secretaria de Saneamento Ambiental da pasta.

Três anos e meio depois, o ex-prefeito diz que não tem mais nenhum indicado
na máquina federal. “Não indiquei nem um ascensorista no palácio”, afirma.

*PAULINHO DA FORÇA*

Mais cedo, nesta terça (5), o deputado Paulinho da Força
(Solidariedade-SP), um dos principais aliados de Eduardo Cunha (PMDB),
acusou o governo de oferecer R$ 400 mil para parlamentares que se
ausentarem da votação do impeachment da presidente no plenário e R$ 2
milhões para um deputado votar contra.

Sem apresentar provas, ele também se negou a dizer nomes dos deputados que
teriam recebido as ofertas do Planalto.
(foto: Flavio Florido/UOL)*link matéria*http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1757695-maluf-acusa-governo-de-comprar-deputados-do-pp.shtml

Dilma é acusada de comprar votos e fica calada:
fonte: *Josias de Souza*///

O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, influente aliado de
Eduardo Cunha, acusou o governo de comprar votos em moeda sonante. Disse
que a ausência de um deputado em plenário no dia da votação do impeachment
de Dilma rende R$ 400 mil. Enunciado diante das câmeras, o voto a favor da
permanência de madame no poder vale R$ 2 milhões. Paulinho recusou-se
nominar aos gatunos.

Frequentador do polo passivo de inquéritos sobre improbidade, o deputado
deve saber o que diz. Quem se arriscaria a discutir com um perito no
assunto? O diabo é que, ao sonegar os nomes, Paulinho passa de denunciante
a cúmplice. Pior: ao ocultar o criminoso, comete o crime de prevaricação.

Mas nada é mais inquietante nesta cena do que o silêncio do governo. O
sujeito diz que os aliados de Dilma trazem na testa um código de barras.
Declara que o governo dos mensalões e dos petrolões continua fisgando
aliados pelo bolso. E Dilma finge que não é com ela.

Certos silêncios merecem resposta imediata. O Planalto se esforça para
provar que o pedido de impeachment não abateu o governo. Mas há organismos
vivos que são tão pouco militantes que despertam nas pessoas uma vontade
irrefreável de lhes atirar na cara a última pá de cal. Paulinho cutucou
madame com o pé. Ou Dilma morde ou seu mandato será tratado como cachorro
chutado.

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