Nesta semana foi divulgado um estudo promovido pela Associação Brasileira
das Empresas de Pesquisa (Abep) que apontou a queda de aproximadamente um
milhão de famílias na escala social apenas no último ano. Efeito da
recessão econômica causada pela gestão Dilma Rousseff, os dados mostram que
o Brasil terá que percorrer um grande caminho para voltar ao equilíbrio
financeiro e ascensão social.
As classes mais afetadas pela crise foram as de média salarial de R$ 4,9
mil, com queda de 533,9 mil famílias, e as de R$ 2,7 mil, que encolheu
456,6 mil famílias. Os números mostram o devastador efeito do desemprego
que assola o país e alcançou uma taxa de desocupação de 11,2% no primeiro
trimestre do ano, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Desde a reeleição de Dilma Rousseff, a taxa de desemprego aumentou de 6,5%
para os atuais 11,2%, ou seja, cerca de cinco milhões de brasileiros
perderam seus empregos neste curto espaço de tempo. Atualmente o Brasil tem
mais de 11,5 milhões de desempregados, um triste recorde histórico.
Outro problema grave é que, com a diminuição do poder de compra e o aumento
do desemprego, as pessoas não conseguem honrar seus compromissos, o que
aumenta drasticamente a inadimplência no país. Temos cerca de 60 milhões de
inadimplentes, que juntos devem cerca de R$ 256 bilhões. É um número que
não para de crescer e que a cada mês estabelece um novo recorde negativo
junto ao Serasa.
Apesar de tudo, os dados não surpreendem. Desde 2014 a economia brasileira
apresenta quedas significativas e consecutivas. O único alento, de acordo
com a pesquisa da Abep, é que o ritmo da recessão apresenta uma pequena
diminuição, porém apenas em 2017 poderemos vislumbrar resultados positivos,
ainda que mínimos.
O desemprego é o maior inimigo do desenvolvimento e precisa ser combatido
com todas as forças. Os 13 anos de governo petista destruíram o legado do
Plano Real, que manteve a inflação baixa, a economia sob controle e
promoveu a expansão dos segmentos produtivos. Recuperar esse cenário é
essencial para revertermos à crise econômica que o país vive e novamente
apresentar resultados positivos na geração de emprego, renda e indicadores
sociais.
*Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná
(ITV-PR)*
(foto: Guilherme Dala Barba)