Em programa, PT ironiza panelaço e Dilma afirma: ‘Sei suportar pressão’Peça publicitária do partido vai ao ar na noite desta quinta-feira

dilma

O programa do PT que vai ao ar em rede nacional na noite desta quinta-feira
tem um tema único: a crise. A palavra se repete 25 vezes ao longo dos dez
minutos, e aparece pela primeira vez já na frase inicial do apresentador –
o ator José de Abreu. “Toda vez que enfrentamos uma crise, a vida nos
oferece dois caminhos: o da esperança e o do pessimismo”, diz ele, ecoando
o discurso eleitoral em que a presidente Dilma Rousseff tentava esconder os
problemas econômicos com ataques a seus críticos. As informações da Veja.

No dia em que pesquisa Datafolha mostra que a presidente amarga rejeição
superior à de Fernando Collor antes do impeachment, o partido apela aos
brasileiros que evitem uma “grave crise política” e afirma que o pessimismo
leva ao caminho do confronto – o que “pode levar a um final trágico para
todos”.

O ator também é porta-voz de um mea culpa precário, em que o partido admite
que não soube gerir a economia como deveria. “Não é melhor a gente não
acertar em cheio tentando fazer o bem do que errar feio tentando fazer o
mal?”.

A presidente Dilma Rousseff aparece por 1 minuto e 13 segundos na peça
publicitária e, sem medidas concretas para anunciar, se limita a fazer um
discurso motivacional. “Sei suportar pressões até injustiças. Eu tenho o
ouvido e o coração nesse novo Brasil, que não se acomoda”, afirma.

Antes dela, o ex-presidente Lula fala por aproximadamente um minuto e
afirma que, em seu governo, também precisou fazer um ajuste fiscal. Ao usar
a velha tática de criticar governos anteriores, o petista acaba por admitir
que o partido do governo vive seu “pior momento”: “Nosso pior momento ainda
é melhor para o trabalhador do que o melhor momento dos governos passados”.

O programa também exibe a preocupação do partido com a possibilidade de
queda da presidente Dilma Rousseff. Em um dos trechos, um jovem ator
afirma: “Em uma crise econômica a maioria sai perdendo. Em uma grave crise
política todos perdem, sem exceção”.

E segue: “A ditadura foi resultado de uma crise política”. Na sequência, a
peça de propaganda exibe imagens de figuras da oposição, como os senadores
Aécio Neves (PSDB-MG) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), enquanto o locutor afirma:
“Não se deixe enganar pelos que só pensam em si mesmos”.

No final, ciente de que a propaganda vai causar protestos em todo o Brasil,
o PT reservou um espaço para provocar os adeptos do panelaço: “Com as
panelas, vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de
comida e de esperança. Esse é o panelaço que gostamos de fazer”.

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