Fábio Campana*
Acreditem. Gleisi Hoffmann, senadora do PT, investigada pela Lava Jato,
assumirá amanhã a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, no lugar do
senador Delcídio Amaral, que esteve preso e agora anda de tornozeleira
enquanto recolhe provas para fornir a sua delação premiada. O Brasil não é
um país sério. E logo agora que foi homologada a delação premiada de
Alexandre Romano, o Chambinho, ex-vereador do PT que pagava as contas de
Gleisi Hoffmann e e Paulo Bernardo, segundo a revista Época.
(foto:Agência Senado)
*link nota*
HOMOLOGAÇÃO DE CHAMBINHO:
A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) está a viver seus piores
pesadelos. A Justiça acaba de homologar a delação premiada do ex-vereador
Alexandre Romano, o Chambinho, testemunha-chave de um esquema de corrupção
no Ministério do Planejamento à época em que o também petista Paulo
Bernardo da Silva, marido de Gleisi Hoffmann, era o titular da pasta.
Chambinho, que contará à força-tarefa tudo o que sabe sobre os crimes que
originaram a Operação Pixuleco II, 18ª fase da Operação Lava-Jato, deve
colocar no colo de Gleisi um esquema que rendeu pelo menos R$ 53 milhões,
dos quais R$ 8 milhões foram parar na conta do advogado da senadora, o
petista Guilherme Gonçalves. A Polícia Federal suspeita que esses recursos
representam o “pixuleco” que deveria ser repassado ao casal Gleisi e Paulo
Bernardo, através de um esquema de triangulação com o advogado.
Documentos apreendidos pela PF no escritório do advogado de Gleisi, em
Curitiba, revelam que uma relação muito incomum entre advogado e cliente
começou a ocorrer depois do esquema investigado pela Pixuleco II. O
advogado passou a pagar as contas da cliente em lugar de ser remunerado por
ela. O juiz federal Sérgio Moro, por determinação do STF, que acolheu
recurso impetrado pelos advogados da senadora, suspendeu as investigações
da “Pixuleco II” e encaminhou o processo à Corte, que redistribuiu o caso
para uma instância de São Paulo. Gleisi, que apostava na estagnação do
caso, foi surpreendida com a decisão do ex-vereador Chambinho de fazer
delação premiada.
A “Pixuleco II” revelou um esquema criminoso de pagamento de propinas
dentro do Ministério do Planejamento. Segundo os investigadores, mais de R$
50 milhões foram desviados de um contrato para fornecimento de crédito
consignado a servidores federais. O esquema teria sido operado por pessoas
ligadas ao PT, entre as quais Alexandre Romano, preso durante a operação. O
contrato foi assinado pela empresa Consist durante a gestão de Paulo
Bernardo, em 2010.
Para Moro, há indícios de que “parte expressiva da remuneração da Consist
foi repassada, por solicitação de Alexandre Romano, ao advogado Guilherme
Gonçalves, em Curitiba, que, por sua vez, utilizou esses mesmos recursos
para pagamentos associados à senadora Gleisi Hoffmann”.
De acordo com a PF, parte dos recursos desviados era pago ao escritório de
advocacia de Guilherme Gonçalves, que prestou serviço para a campanha de
Gleise nas últimas eleições. Documentos apreendidos pela PF “indicam que os
valores recebidos da Consist teriam sido em parte utilizados para efetuar
pagamentos em favor da Senadora Gleisi Hoffmann”.
Uma das planilhas apreendidas no escritório de advocacia comprovaria a
operação. O documento, de fevereiro de 2015, revela que o “Fundo Consist” —
denominação usada para identificar o pagamento de valores ilícitos —
apresentava um crédito de R$ 50.078,00, em favor da senadora e de pessoas.
Em um dos lançamentos de débito consta a anotação “salário motorista –
cheque 828”, enquanto no outro, “Diversos PT, PB, Gleisi”.
Segundo a PF, o motorista da petista, Hernany Mascarenhas, foi pago com
dinheiro desviado do Ministério do Planejamento. Em outro documento
apreendido consta anotação do pagamento de R$ 50 mil em honorários pela
Consist ao escritório do advogado em 29 de setembro de 2011. O pagamento
teria sido acertado com o ex-ministro Paulo Bernardo, “que ficaria com todo
o montante”, de acordo com os investigadores.
Além de ser a principal estrela da Pixuleco II, Gleisi já está gravemente
envolvida na Lava-Jato por conta das delações do doleiro Alberto Youssef e
de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que a
denunciaram como receptora de R$ 1 milhão do esquema de corrupção que ficou
conhecido como Petrolão.
(foto:Jefferson Rudy/Agência Senado)fonte: Ucho Haddad
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