Empresas com contratos com a Petrobras – como Sanko Sider e a OAS – fizeram depósitos em contas na Suíça de
Alberto Youssef, segundo a Polícia Federal. A Suíça bloqueou uma conta com saldo de US$ 5 milhões que está no nome de um laranja de Youssef, por causa da suspeita de que ela foi alimentada com recursos desviados da Petrobras. Youssef é acusado pela PF de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. As informações são da Folha de S. Paulo.
A Sanko é a maior fornecedora de tubos da Petrobras, e a OAS tem vários contratos com a estatal. Ambas aparecem em documentos fazendo pagamento a pelo menos três empresas fantasmas controladas pelo doleiro. Como as empresas não têm atividade, a PF suspeita que os valores depositados eram para pagamento de propina
Os extratos encontrados são um dos principais indícios de que fornecedores da Petrobras pagavam propina por meio do doleiro, em conta no exterior, segundo interpretação da PF e do Ministério Público Federal. Procuradores sustentam que os recursos depositados foram desviados da obra da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que está sendo construída pela Petrobras. Estimada originalmente em US$ 2,5 bilhões, a obra deve custar mais de US$ 18 bilhões quando ficar pronta, no próximo ano.
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que foi preso pela segunda vez na quarta-feira, é réu numa ação penal sob acusação de ter desviado recursos da obra. Como diretor de abastecimento da estatal, cargo que ocupou entre 2004 e 2012, ele foi um dos responsáveis pela obra.
Costa nega que tenha havido superfaturamento na refinaria, como aponta o Tribunal de Contas da União. A Suíça bloqueou 12 contas atribuídas a ele e familiares com saldo de US$ 23 milhões. A descoberta das contas secretas na Suíça foi uma das justificativas da nova prisão.