Muita gente aposta quer a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e o senador Roberto
Requião (PMDB) não vão dar um pio na defesa dos 4,5 mil trabalhadores do
frigorífico Big Frango em Rolândia. O frigorífico é da JBS – maior doadora
das campanhas eleitorais – e agora responde uma ação apresentada pelo
Ministério Público do Trabalho que pede uma indenização de R$ 73,4 milhões
aos trabalhadores da unidade. Com informações do Bem Paraná.
O valor equivale a apenas 20% dos R$ 366,8 milhões que a JBS doou para
campanhas políticas nas últimas eleições. Para Gleisi foram R$ 8,6 milhões
(39,6% das doações que a petista recebeu) e outros R$ 900 mil para Requião
(8,7% das doações recebidas pelo peemedebista). A JBS é a maior empresa do
mundo em seu segmento e faturou R$ 120 bilhões apenas em 2014.
A ação, assinada pelo procurador Heiler Natali, pede indenização por danos
morais coletivos por irregularidades como desrespeito aos limites de
duração do trabalho, intervalos e descanso semanal remunerado, meio
ambiente de trabalho (ruído excessivo, máquinas e equipamentos
inadequados), falha na vigilância médica, falhas no sistema de refrigeração
por amônia, falta de depósito de FGTS e indenização compensatória de 40% e
irregularidades no pagamento de férias. O frigorífico abate diariamente em
torno de 350 mil frangos.
Além da indenização por danos morais, o MPT-PR requer liminarmente o
atendimento das demandas e regularização das situações apontadas em prazos
que variam entre o imediato e 12 meses. Para os descumprimentos, pede
multas entre R$ 5 mil e R$ 10 mil para cada obrigação descumprida,
multiplicada pelo número de empregados afetados pelo seu descumprimento.
De acordo com a fiscalização do Ministério do Trabalho, a Big Frango deixou
de efetuar depósitos do FGTS entre os meses de agosto de 2013 e dezembro de
2014, causando prejuízos a sete mil trabalhadores. Somente em relação a
esse período fiscalizado, o débito para com o FGTS totalizou R$
5.840.469,55.
A ação decorre da Operação Grande Escolha, força-tarefa coordenada pelo MPT
de 12 a 15 de maio deste ano e que envolveu também o Ministério do
Trabalho, INSS, Receita Federal e Advocacia Geral da União e teve apoio da
Polícia Militar e acompanhamento do Sindicato dos Trabalhadores da
Alimentação de Rolândia e Confederação Nacional dos Trabalhadores da
Alimentação. Na época, o MT lavrou 80 autos de infração e interditou mais
de 50 máquinas, além de diversos setores da Big Frango.