Um dos líderes da invasão a Assembleia Legislativa e dos professores grevistas, o deputado Professor Lemos (PT) anda apreensivo. Nem a vitória do momento faz baixar sua tensão. E que Lemos também está esperando as denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com a lista dos políticos envolvidos no escândalo do Petrolão. Explica-se, dinheiro das empreiteiras que participaram do esquema abasteceu a campanha de Lemos em 2012 quando disputou a prefeitura de Cascavel.
Uma consulta ao site do TRE permite verificar que foram exatos R$ 1.148.492,00 repassados a Lemos diretamente pelo PT estadual e nacional, além de outros R$ 200 mil doados diretamente pela OAS e UTC – duas denunciadas na Justiça e com diretores e executivos presos pela PF em Curitiba. Como no PT, 75% das doações foram feitas pelas empreiteiras, estima-seque a campanha de Lemos foi irrigada por mais de R$ 1 milhão de dinheiro suspeito.
Era tanto dinheiro na campanha do petista que até hoje Lemos não conseguiu explicar direito um suposto assalto ao seu comitê eleitoral. O advogado Paulo Pegoraro Junior pediu à época a investigação do roubo porque entendeu que o PT deva explicações porque o dinheiro não estava em uma conta bancária como determina a legislação. Segundo o advogado, o TSE determina que o fundo de caixa autorizado – reserva para ser usada para as despesas de comitês – é de no máximo R$ 20 mil. Durante o assalto, teriam sido levados pelo menos R$ 50 mil que estavam no local, segundo admitiu o próprio PT.