MITRA X RAFAEL PUSSOLI: UM IMBRÓGLIO RELIGIOSO OU FINANCEIRO?

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Foi durante um almoço com a participação da direção do Impacto junto a um sacerdotes e três freirinhas, Irmãs Vicentinas, que ficamos sabendo estar parado, por algum tempo, o andamento de um processo de reintegração de posse que hoje cabe a Mitra da Arquidiocese de Curitiba, leia-se Arcebispo Dom José AntonioPeruzzo, bem como a Casa Central das Irmãs Vicentinas, resolver na Justiça a ação de reintegração de posse de imóveis e, naturalmente, o ressarcimento dos prejuízos quanto a esta questão que nos foi contada em seus primeiros detalhes.
Um assunto que, certamente, a maioria da comunidade católica de Curitiba e do Paraná não tem conhecimento, mas que nos bastidores motiva comentários nem sempre esclarecedores e deixando no ar um rastro suspeito de que existe linguiça embaixo dessa farofa, como dizemos sempre.
No centro da questão está o Albergue São João Batista, hoje confundido com Casa dos Pobres São João Batista, e que motivou uma questão judicial que há alguns anos vem caminhando, tornando-se marca comercial do empresário Rafael Pussoli, nome dos mais conhecidos em nosso Estado.
Comandando a atual Casa dos Pobres, através de uma associação, o citado empresário motivou a curiosidade para saber com detalhes o porquê desta mudança de nome e conceituação quando tanto um como o outro tenham a mesma finalidade que é a assistência aos pobres.
Completando em 2016 seus 62 anos de existência, o citado Albergue, que teve imóvel doado por um ferroviário, Januário Alves de Souza, em 18 de junho de 1954, na Rua Piquiri, esquina com Brasilio Itiberê, e foi atingido por um incêndio, em 1959, mas se recuperando até acontecer o “imbróglio” que hoje caminha na Justiça, motiva a curiosidade de todos que tem conhecimento da matéria, mas não sabem em que ponto se encontra.

Dom Pedro Fedalto, que se aposentou como Arcebispo de Curitiba e, recentemente, completou 50 anos de sacerdócio, tem muito a contar sobre esta história do Albergue, deixando o problema criado com Rafael Pussoli para que o Arcebispo que o sucedeu, Dom Moacyr Vitti, resolvesse o problema que fora levantado em torno da instituição.
Dom Moacir faleceu em 2014 e não conseguiu levar adiante a solução definitiva desta matéria, com a reportagem do Impacto tomando conhecimento dos 50 anos de existência do citado albergue através de um vídeo que está nas redes sociais, onde Irmã Vilma contou um pouco a respeito da ação assistencial com os pobres, que estaria continuando hoje com o nome atualmente conhecido, mas sem a presença das Irmãs Vicentinas que deixaram o local em meio a uma situação bastante preocupante pelo que nos contaram.
Trata-se de uma verdadeira escola de vida que precisa ter sua história totalmente resgatada e colocada em pratos limpos quanto ao imbróglio criado e sobre o qual pouco falam todos os envolvidos.
Através dos Autos Nº 454/08, tomamos conhecimento da relação da Mitra da Arquidiocese de Curitiba com o problema de reintegração de posse, denunciando que desde 1960 a mesma passou a ser comandada por uma associação coordenada por Rafael Pussoli, e que estranhamente mudou para uma marca comercial integrada ao patrimônio de empresas do citado empresário curitibano.
Houve, inclusive, um inquérito investigativo do Ministério do Trabalho comprovando que a dita entidade tinha prejudicado o seu funcionamento de assistência aos pobres, matéria que também deve ter todos os seus detalhes revelados.
A empresa Casa dos Pobres São João Batista, que foi aberta em 5 de março de 1970, dez anos depois que os problemas teriam iniciado entre a Mitra e o empresário, lida hoje com albergues assistenciais como um negócio que precisa ser devidamente esclarecido em toda esta problemática que envolve não apenas o terreno central em Curitiba mas outro imóvel de grande extensão em bairro da capital paranaense e propriedade de grande valor comercial.
Pelo que ouvimos, há realmente muita coisa a esclarecer e, como nos disseram que seria hoje o Padre José Aparecido, amigo do Impacto, o encarregado pela Mitra de acompanhar a matéria judicialmente, vamos procurá-lo proximamente, assim como o próprio empresário Rafael Pussoli, para que ambos revelem, assim como o departamento jurídico da Mitra, todos os detalhes deste imbróglio que a comunidade católica, especialmente, tem interesse em saber e ver resolvido.
Adiante-se, inclusive que, Rafael Greca., prefeito eleito recentemente, que foi coordenador da associação que cuidava do Albergue São João Batista, pode contar muita coisa a respeito, assim como ajudar a desembrulhar este pacote de mistérios.

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