Na PF, Gleisi confessa mais do que devia e se enrola com empreiteiras

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No depoimento que prestou a Polícia Federal no dia 14 de abril, Gleisi Hoffmann (PT-PR) confessou mais que devia sobre a participação das empreiteiras na sua campanha de 2010 ao Senado. Gleisi disse ao delegado Thiago Machado Baladary que tratou de contribuições com Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

No entanto, na prestação de contas ao TSE em 2010, Gleisi apontou as doações da Camargo Correa (R$ 1 milhão), OAS (R$ 780 mil), UTC (R$ 250 mil), CR Almeida (R$ 250 mil). Não aparacem as doações da Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão. No caso da UTC, Gleisi disse que “fez [o pedido] diretamente ao diretor-presidente Ricardo Pessoa”, apontado por outros delatores do esquema como líder do cartel.

A UTC financia Gleisi desde sua primeira campanha em 2004, à prefeitura de Curitiba. A empreiteira já repassou R$ 1,45 milhão a petista: R$ 150 mil (2004), R$ 100 mil (2006), R$ 250 mil (2010) e R$ 900 mil (2014). Em todas as campanhas da petista (2004, 2006, 2010 e 2014) não aparecem doações da Odebrecht e OAS. Somente em 2014, aparece uma doação de R$ 475 mil da Queiroz Galvão.

Nesse ano, de 2014, as doações das empreiteiras envolvidas no Petrolão para Gleisi foram em maior volume e somaram mais de R$ 7,7 milhões. Além da Queiroz Galvão, Gleisi recebeu R$ 150 mil do Banco Pactual (listado na Operação Lava-Jato) e mais R$ 200 mil da TV Técnica Viária Construções Ltda. O restante dos recursos foram doados pela Triunfo (R$ 2 milhões), Sanches e Tripoloni (R$ 1,9 milhão), Andrade Gutierrez (R$ 950 mil), UTC (R$ 950 mil) e Galvão Engenharia (R$ 420 mil).

As doações da Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão podem estar camufladas em dinheiro repassado pelos diretórios nacional e estadual do PT. Em 2010, por exemplo, Gleisi teve ainda a maior parte de sua campanha irrigada em R$ 3,7 milhões doados por empreiteiras. Outros R$ 2,7 milhões foram doados pelos diretórios estadual (R$ 881,3 mil) e nacional (R$ 1,9 milhão) do PT que obtiveram 75% dos seus recursos através de doações de empreiteiras.

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