PESSUTI NÃO QUER REQUIÃO

698 requiao final

Pessuti descarta acordo com Requião

Ivan Santos, Bem Paraná

O ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) descartou ontem qualquer possibilidade de acordo com o senador Roberto Requião (PMDB) para as eleições de outubro. Pessuti disputa com Requião a indicação de candidato próprio do PMDB ao governo do Estado. Os dois estão rompidos desde a eleição de 2010, quando Requião vetou a candidatura de seu então vice ao Palácio Iguaçu.

O PMDB está dividido entre o lançamento de uma candidatura própria e uma aliança com o atual governador Beto Richa (PSDB). A aliança é defendida pela maioria da bancada do partido na Assembleia Legislativa. A decisão deve ser tomada na convenção estadual marcada para 20 de junho.

Diante da divisão interna, a definição de Pessuti é considerada decisiva. Ele confirmou ontem que o vice-presidente da República e presidente nacional licenciado do PMDB, Michel Temer, vem tentando desde a semana passada convencê-lo a se reunir com Requião para uma conversa, em Brasília, na esperança de buscar um acordo entre os dois. O encontro estaria sendo articulado pelo ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que ontem ainda afirmava ter a esperança de reunir o ex-governador e o senador hoje na Capital federal. “A ideia é que eles sentem à mesa, debaixo do mesmo tempo, conversem sobre a unidade do PMDB, que é nossa meta. Nós queremos a candidatura própria do partido ao governo do Estado. Para isso é preciso que o Requião e o Pessuti se entendam”, explicou Rocha Loures, que integra a
Executiva Nacional do PMDB.

Pessuti, porém, garante que não tem nenhuma intenção de se encontrar com o senador, ou mesmo cogitar qualquer acordo, já que pretende manter sua pré-candidatura até a convenção. “Que o Temer está tentando organizar isso é verdade. Mas não tenho concordado com essa tese. Acho que uma conversa com o Requião nesse momento não resultará em nenhum tipo de acordo. Só desgaste”, explicou ele. “Não existe nenhum acordo. Continuo tocando minha pré-candidatura e tentando convencer os deputados a estarem comigo”, diz.

Ofertas – Pessuti também confirma que aliados de Requião têm lhe oferecido a possibilidade de ser indicado candidato a vice-governador ou ao Senado, em troca de sua desistência de disputar a convenção do PMDB. Mas alega que recebeu as mesmas ofertas do governador Beto Richa e da pré-candidata do PT ao governo, senadora Gleisi Hoffmann. “Hoje não tem nada disso”, assegura.

Segundo o ex-governador, sua intenção, no momento, é manter a unidade do grupo formado por ele e pela bancada peemedebista na Assembleia, que elegeu o deputado federal Osmar Serraglio para a presidência do Diretório Estadual do PMDB, em dezembro de 2012, derrotando o grupo de Requião. A mesma articulação também derrotou recentemente o senador na disputa pelo comando do PMDB de Curitiba. “Vamos fazer de tudo para permanecermos unidos. Já derrotamos o Requião duas vezes. Se mantermos essa unidade, com certeza derrotaremos ele novamente”, prevê.

Na hipótese da corrente defensora da aliança com o PSDB vencer a convenção, Pessuti afirma que terá que reavaliar a situação. “Qualquer coisa que não seja a minha candidatura, respeitarei a decisão do partido, mas vou ter que me ajustar a isso”, explicou.

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