UM SENHOR NEGÓCIO!

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O Paraná vive hoje, no setor de energia e comunicações, um novo tempo.Poucos se dão conta do que vem acontecendo, e se rendem tranquilamente aos argumentos oferecidos politicamente para convencer a venda de patrimônios que em outros tempos tiveram defesas intransigentes, inclusive com manifestações nas ruas, que carimbaram o governo Jaime Lerner como entreguista e inimigo dos interesses populares.

Os tempos são outros.

Bem diferentes, mas com o mesmo entusiasmo de quem deseja transferir do setor público para o privado, importantes patrimônios que o Estado mais hoje ou amanhã não conseguirá sustentar, tal o apetite de recursos exigidos para acompanhar o avanço tecnológico em todo o mundo.

Depois do leilão da Sercomtel, seguindo o processo de desestatização do sistema Telebrás, o governo paranaense coloca na vitrine o leilão da Copel Telecom, com propostas a serem recebidas até o dia 5 de novembro e a data do arremate marcada para o dia 09 de novembro do corrente ano, sendo este leilão a cargo da B3SA3, em venda por no mínimo R$ 1,4 bilhões de reais.

O Sercomtel tinha uma dívida cabeluda de alguns milhões de reais, mas será que o mesmo acontece com a Copel Telecom que está sendo agora colocada a venda, em processo que levantou suspeitas anteriormente e continua, ainda, sem um esclarecimento completo à população paranaense já que vai se desfazer de uma empresa que através da fibra ótica chega hoje a 399 cidades onde está implantadas, e com mais 982 mil casas aptas a assinarem sua adesão a mesma.

Leve-se, ainda, em consideração, que no segundo trimestre deste ano a Copel Telecom teve uma receita da ordem de R$ 85 milhões de reais, contando com 170 mil clientes e sendo comentado que sua dívida na atualidade chega a R$ 455 milhões.

SERCOMTEL

Nelson Tanure, conhecido com o “investidor anjo do mercado brasileiro”, foi quem se colocou a frente deste processo de compra do Sercomtel com recursos obtidos do Fundo Bordeaux, que aparece como sócio majoritário neste senhor negócio.

Fundada no dia 06 de julho de 1968, esta sociedade mista com seus 52 anos de existência, foi sempre um motivo de orgulho para Londrina, desde que o prefeito Hosken de Novaes conseguiu a aprovação da Câmara Municipal, em 1964, criando a empresa telefônica da Capital do Café, arrematada em agosto de 2020 em um negócio que ainda deixa muitos londrinenses saudosos do citado patrimônio.

Sacramentado este negócio, outro está em andamento, e o governo Ratinho Júnior apura o petiço, como se diz, antes que vire o vento e comecem a lembrar a luta do passado quando os paranaenses encostaram Jaime Lerner pela venda da Copel, situação que agora está em andamento para venda no picado, como se fala, pois o próximo passo pode ser a Compagás.

Política à parte, vamos para o futuro e a venda da Copel Telecom, em leilão marcado para daqui um mês e pouco, sem que nenhuma reação contrária de maior porte fosse registrada até agora como aconteceu no passado.

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