O deputado Tadeu Veneri (PT) fez uma tentativa, combinado com deputados da oposição, para desacreditar a denúncia feita ontem (11) pelo corregedor da Assembleia, deputado Missionário Ricardo Arruda (PSC), de que o assessor Roges Sezoski havia tentado matar policiais militares que protegiam o pátio da Assembleia de uma invasão no último dia 29. Apesar da denúncia, comprovada por um vídeo, que mostra claramente o arremesso do vaso de plantas do 8º andar da Assembleia, Veneri tentou relativizar a gravidade da do caso baseado em detalhes irrelevantes.
Segundo o deputado, o tamanho do vaso arremessado sobre os policiais não seria exatamente aquele que foi mostrado pelos jornais. O projetil utilizado para o arremesso seria menor e o assessor aloprado do PT teria tomado o cuidado de tirar o vaso, arremessando sobre os policiais somente a planta. A versão foi prontamente desmentida pelo deputado Ricardo Arruda, que afirmou ter encontrado fragmentos do vaso no pátio da Assembleia, junto com a terra e a planta. O corregedor acentuou que se tratava de um crime de ódio e lamentou que pessoas com semelhante grau de desequilíbrio e fanatismo ideológico pudessem estar trabalhando na casa. Segundo o corregedor o tamanho exato do vaso não é relevante. Uma vez que um projetil arremessado daquela altura (independente de seu tamanho exato) poderia matar um cidadão, uma criança, um servidor, um policial ou um deputado.
A fala de Veneri defendendo o funcionário e sugerindo que ele não precisaria ser exonerado, foi apoiada pelo deputado Rasca Rodrigues (PV), que questionou a denúncia do atentado cometido contra os policiais ter sido levantada pelo corregedor da Assembleia. No entender de Rasca (que aproveitou o episódio para lembrar, mais uma vez, que havia sido mordido por um cachorro durante os distúrbios do dia 29), a corregedoria só deveria ser acionada para tratar de irregularidades cometidas por deputados. Outro deputado que falou para defender o petista que arremessou o vaso na polícia foi Nereu Moura (PMDB).
Nereu, que demonstrou toda a sua sensibilidade ao clamar por mais sangue no dia 29 (“Prefiro que continue a sessão e que haja derramamento de sangue para que o governo pague o pato por isso. Querem aprovar, aprovem. E que haja sangue, sim”), questionou a propriedade da denúncia ter sido feita pelo corregedor e alegou que o episódio não tinha sido tão grave assim. As manifestações a favor do funcionário petista que atacou a polícia e colocou vidas em risco foram delirantemente aplaudidas por professores que ocupavam o plenário.
Torcedor morreu com vaso atirado na cabeça
A tentativa de um funcionário do deputado Tadeu Veneri (PT) de matar policiais atirando vaso do prédio da Assembleia teve um caso similar no Pernambuco no ano passado, mas que acabou em morte. Após o jogo entre Santa Cruz x Paraná Clube, no estádio Arruda, um torcedor do Santa Cruz arremessou um vaso sanitário sobre torcedores adversários. O vaso foi arrancado do banheiro do estádio e arremessado de uma altura de 24 metros. Um torcedor do Sport Recife, que estava na rua com a torcida do Paraná Clube, foi atingido na cabeça e morreu na hora.