O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou que tenha tido encontro com o doleiro Alberto Youssef. A negativa ocorreu após ser questionado sobre declarações de Meire Poza, ex-contadora de Youssef, de que Renan se reuniu com o doleiro para tratar de uma operação milionária de compra de debêntures para a Marsans Viagens e Turismo, uma agência que tinha o doleiro como um dos investidores. “Sinceramente, a chance de que eu possa ter tido encontro com essa gente é zero. Absolutamente zero. Nenhuma chance”, afirmou Renan. O senador também negou conhecer o doleiro. “Não sei nem quem é. Não conheço nenhum desses. Não sei quem é, nunca ouvi falar, só pelos jornais”, ressaltou. As informações são da Agência Estado.
Em outubro do ano passado, Meire relatou em sessão da CPMI da Petrobras que, na manhã do dia 12 de março, ela e Youssef tomaram café juntos, ocasião em que o doleiro disse que, naquela noite, ele conversaria com Renan Calheiros para tratar do aporte de R$ 25 milhões da Funcef. Segundo ela, a outra parte da operação, também no valor de R$ 25 milhões, já tinha sido acertada com o PT e seria feita por meio da Postalis.
A ex-contadora de Youssef afirmou ainda que era preciso “acertar esta ponta, que era do PMDB”. Ela disse que a operação com a Funcef não se concretizou porque o doleiro foi preso por envolvimento na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, no dia 17 de março, a segunda-feira posterior ao suposto encontro com Renan.
As declarações de Renan ocorreram após encontro com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o senador, a reunião foi feita como objetivo de “harmonizar” uma agenda comum nas duas Casas. “As duas Casas são conclusivas, uma com relação à outra e será melhor se trabalharem juntas. É uma agenda socioeconômica que priorize a reforma política”, ressaltou.
Segundo ele, na semana após o recesso do carnaval será realizada sessão do Congresso para apreciação de vetos presidenciais. Após o recesso, também deverá entrar em discussão a votação do Projeto da Lei Orçamentária Anual de 2015. “Há um desejo no sentido de que o relator Romero Jucá possa receber emendas dos parlamentares novos”, afirmou Renan.