Numa simulação de eleição para presidente da República feita pelo
Datafolha, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) alcançou 35% das intenções de
voto, o que lhe garante a liderança da corrida com dez pontos de vantagem
sobre o ex-presidente Lula (PT).Em terceiro lugar, com 18% das intenções de
voto, aparece a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva
(PSB). Luciana Genro (PSOL), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes
(PMDB), e Eduardo Jorge (PV) alcançaram 2% cada um. As informações são da
Folha de S. Paulo.
Aécio, Marina, Luciana Genro e Eduardo Jorge concorreram à Presidência no
ano passado. Mas foram derrotados pela presidente Dilma Rousseff, reeleita
no segundo turno contra o senador tucano.No levantamento do Datafolha, 11%
disseram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos nomes apresentados.
Outros 5% afirmaram não saber em quem votar.O instituto também fez uma
simulação de disputa presidencial com o nome do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), no lugar de Aécio.
Neste caso, Lula e Marina empatariam tecnicamente em primeiro lugar com 26%
e 25%, respectivamente –a margem de erro do levantamento é de dois pontos
para mais ou para menos.Alckmin ficaria em terceiro lugar com 20%. Paes e
Luciana Genro alcançariam 3% cada um. Eduardo Jorge ficaria com 2%.
Brancos, nulos e nenhum somam 14%. Indecisos, 7%.A eleição, nesse caso,
ficaria mais parecida com a de 2006. Naquele ano, o principal adversário de
Lula, que disputava a reeleição, foi Alckmin. No segundo turno, o petista
venceu o tucano.O Datafolha fez 2.840 entrevistas na quarta-feira (17) e na
quinta (18).
*Reprovação de Dilma chega a 65%, diz Datafolha*
A presidente Dilma Rousseff chega ao final do primeiro semestre avaliada
como ruim ou péssima por 65% do eleitorado, um novo recorde na série do
Datafolha desde janeiro de 2011, início de seu primeiro mandato. No
levantamento realizado na quarta (17) e na quinta (18), o Datafolha apurou
que apenas 10% dos brasileiros classificam o governo da petista como bom ou
ótimo. As informações são da Folha de S. Paulo. O Datafolha ouviu 2.840
pessoas em 174 municípios.
Essa taxa —só comparável às dos momentos mais críticos de Collor, Itamar
Franco e Fernando Henrique Cardoso— equivale a um terço da pior marca de
Dilma em seu primeiro mandato, os 30% pós-junho de 2013, quando uma onda de
grandes protestos espalhou-se pelo país. Em relação à pesquisa de abril, a
reprovação de Dilma subiu cinco pontos; a aprovação oscilou três para baixo.
A atual taxa de aprovação da presidente é baixa, e em patamares muito
parecidos, entre eleitores de diferentes níveis de renda. No grupo dos mais
pobres, os que têm renda familiar mensal de até dois salários mínimos, 11%
a aprovam, 62% a reprovam. No segmento dos mais ricos (acima de 10
salários), 12% a aprovam, 66% a reprovam.
Tendências parecidas ocorrem nos recortes por sexo, idade e escolaridade.
Algum contraste pode ser observado na aprovação por região. No Sudeste, a
área mais populosa, só 7% aprovam a presidente. No Nordeste, 14%. Já a
reprovação nos nove Estados nordestinos, área onde Dilma obteve enorme
vantagem de votos na eleição de 2014, é de 58%.
*AGENDA*
Os resultados ocorrem em meio à uma série de eventos negativos para a
imagem da presidente, como o risco de rejeição das contas do governo em
2014 pelo Tribunal de Contas da União e o aprofundamento da Operação Lava
Jato, que apura um esquema de corrupção na Petrobras.
O ajuste fiscal que tem sido defendido e promovido pelo governo tampouco
parece ajudar. Para 63%, as medidas afetam principalmente os mais pobres.
Outros 29% acham que afetam igualmente pobres e ricos.
A pesquisa foi feita antes da prisão de executivos da Odebrecht e da
Andrade Gutierrez, as duas maiores empreiteiras do Brasil.
Mas sob forte efeito da queda do emprego, cujo resultado estatístico mais
chamativo foi anunciado na sexta (19) pelo Ministério do Trabalho.
Conforme a pasta, 115 mil vagas de trabalho com carteira assinada foram
encerradas em maio, o pior resultado para o mês desde 1992. Foi, conforme
os dados do Caged (Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados), o quarto
mês de queda no emprego neste ano, que já acumula um saldo negativo de
quase 244 mil vagas formais.
No Datafolha, o tema aparece no capítulo que investiga as expectativas
econômicas da população. E também como recorde. Para 73%, o desempego irá
aumentar no próximo período ante 70% que pensavam assim três meses atrás e
62% em fevereiro.
Outro sinal detectado pela pesquisa nessa área é que o desemprego passou a
ser visto como o principal problema do país por 11% do eleitorado. Em
fevereiro, eram 6% os que pensavam dessa forma.
Com isso, essa questão trabalhista subiu para o terceiro lugar no ranking
de preocupações, atrás da saúde (o principal problema para 22%) e da
corrupção (21%).
Embora o indicador de expectativa com a economia como um todo aponte para
uma tendência de melhoria, o resultado final não pode ser considerado
positivo. O pessimismo, neste caso, caiu de 60% para 53% desde abril. Está
um pouco menos pior.