Lista de paranaenses ligados à “Lava Jato” movimenta semana

gleisi-valquir-aureliano

Nesta semana será divulgada a lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato que investiga esquema bilionário de desvio de dinheiro de Petrobras para pagamento de propinas e financiamento de campanhas eleitorais. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai enviar a relação ao STF até quarta-feira, 4. No Paraná, a lista pode trazer os conhecidos como da senadora Gleisi Hoffmann (PT) e seu marido e ex-ministro Paulo Bernardo (PT), além do deputado federal Nelson Meurer (PP). Com informações do Bem Paraná (foto Valquir Aureliano).

Gleisi e Bernardo foram citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como destinatários de R$ 1 milhão para a campanha da petista ao Senado em 2010. Segundo os delatores, Bernardo pediu o dinheiro e Gleisi o recebeu em quatro parcelas em um shopping de Curitiba. O jornal “O Estado de São Paulo” apontou ainda como prova uma anotação na agenda de Youssef com os dizeres “PB 0,1”, em referência ao ex-ministro. Tanto Gleisi quanto Bernardo negaram conhecer o doleiro ou ter recebido recursos do esquema.

Em 2010, Gleisi teve ainda sua campanha irrigada em R$ 4,7 milhões em recursos doados por empreiteiras envolvidas no escândalo do Petrolão ou com obras contratadas pelo governo federal. Na sua campanha de 2014, embora derrotada, Gleisi recebeu mais 7,7 milhões das empreiteiras Triunfo (R$ 2 milhões), Sanches e Tripoloni (R$ 1,9 milhão), Queiroz Galvão (R$ 475 mil), Andrade Gutierrez (R$ 950 mil), UTC (R$ 950 mil) e Galvão Engenharia (R$ 420 mil). Os recursos repassados pelas empreiteiras foram declarados na Justiça Eleitoral, já o R$ 1 milhão conforme delatado por Youssef e Costa, não.

Meurer é apontado como recebedor de supostos pagamentos efetuados pelo doleiro Carlos Habib Chater, a pedido de Youssef. Laudo pericial feito pela PF em arquivos eletrônicos usados para contabilidade informal do Posto da Torre, um posto de gasolina em Brasília, mostra transferências feitas por Chater para uma pessoa identificada como “Nelson” e “Nelson Meurer”. Os lançamentos foram feitos entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009 e totalizam R$ 159 mil. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato em primeira instância, enviou ao STF documentos obtidos pela Polícia Federal relativos ao caso envolvendo o parlamentar paranaense. O deputado nega relação com o caso.

Procuradores da República que elaboraram as peças contra autoridades citadas passaram o final de semana relendo todo material. Os oito procuradores que integram o grupo de trabalho coordenado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tentam concluir o trabalho para que o material chegue ao STF – no caso de parlamentares – e ao STJ – no caso de governadores – até quarta-feira. Checam todas as peças para que não haja nenhuma incoerência entre os casos, já que todos estão interligados.

Compartilhe