Uma das principais lideranças do PMDB do Paraná, o deputado federal João
Arruda, não foi ao encontro de Michel Temer em Curitiba e levantou mais
suspeição sobre os motivos da sua ausência. Arruda é sobrinho do senador
Roberto Requião e secretário-geral do partido no Paraná e faz parte, até
por ligações de família, com o senador. No entanto, a sua falta foi notada
pelo grupo do ex-governador Orlando Pessuti. “Ele (Arruda) não foi, mas o
Temer saber o porquê”, disse Carlos Henrique Santos, da ala dissidente.
A blindagem de Arruda é sintomática, segundo os dissidentes. Ele e o
deputado Hermes Parcianello estão na lista dos candidatos que receberam
recursos do grupo Libra, através de Temer, na campanha eleitoral de 2014. A
Polícia Federal suspeita que Temer, que recebeu R$ 1 milhão do grupo, e o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negociaram
doações eleitorais em troca de emenda na Lei dos Portos que atendeu o Grupo
Libra. Dos R$ 1 milhão repassados para Temer, Arruda recebeu R$ 50 mil e
Parcianello outros R$ 50 mil. Parcianello também não foi ao encontro de
Temer.
A Operação Lava Jato está investigando o caso e por isso, que apontam os
dissidentes do PMDB, que JoãoArruda foi banido do encontro com Temer na
capital. Outro motivo é a relação entre os primos, João Arruda e Requião
Filho, deputado estadual e filho do senador, nunca foi boa e a cada dia
está pior. Arruda colocou na conta do primo o lançamento do ex-prefeito
Rafael Greca para disputar com ele, os votos de Curitiba e região para a
Câmara dos Deputados. Requião Filho teria acordado o apoio a Greca para
prefeito pelo PMDB, mas hoje é o candidato do partido e restou a Greca
buscar sua candidatura no PMN.