A invasão da Assembleia Legislativa mostrou que, após uma derrota humilhante nas eleições de 2014, o PT do Paraná resolveu dar voz às correntes de extrema esquerda dentro e fora do partido e partir para ataque ferrenho aos governos adversários para desviar o foco dos escândalos nacionais. “Parabéns companheiro (Tadeu Veneri) sua liderança foi determinante. Nos orgulha te lo em nossos quadros”, escreveu o presidente do partido, deputado Ênio Verri, no Twitter.
Veneri,da corrente Democracia Socialista, entendeu a senha e continua na ‘pegada’ para ser o candidato do PT nas eleições municipais de Curitiba, enfrentando o desenxabido Gustavo Fruet (PDT). Outro parabenizado é o deputado Professor Lemos, da mesma corrente, também candidato à prefeito em Cascavel.
O problema é que a corrente majoritária, a Construindo Um Novo Brasil – da qual fazem parte Dilma, Gleisi, Vanhoni, Paulo Bernardo, Verri, João Vaccari Neto, Dirceu pai e filho, Lula e outros petistas de alto coturno – vem perdendo espaço para outras correntes como a DS e O Trabalho. A DS tem ainda como expoente a professora Marlei Fernandes, derrotada na deputada federal.
Completam o estafe petista, as correntes marxistas e leninistas como a “Mais”, cujo articulador no estado é o militante profissional Thiago Moreira, ex-assessor de Paulo Bernardo. Também estão no mesmo campo, pelo menos até agora nesta ação, O Psol, PSTU, PCdoB e PCO, antigas correntes do PT convertidas em partidos nanicos e hoje agarradas em financiamentos de sindicatos (APP- SindiSaúde), centrais como a CUT e nas entidades juvenis (UJS) e de estudantes (UPE, UNE, Upes e Ubes).
Este guinada do PT é diferente da observada nos últimos anos, quando o partido buscou alianças ortodoxas, como a feita com os ruralistas em 2010 e candidatos mais afinados com um discurso centrista, como é o caso de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, líderes máximos do petismo no estado. Em um PT dividido e ávido por fogo amigo, resta saber até quando esta união durará.