O governador Beto Richa pediu nesta sexta-feira (28), em São Paulo, ao
diretor-presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, que o banco
mantenha as agências e sedes do HSBC no Paraná. A preocupação do
governador é com o anúncio do fim das atividades do HSBC no Brasil, que
poderia acarretar perda de mais de 8 mil postos de trabalho no Paraná. “Foi
um encontro bem positivo. Saímos confiantes que teremos uma boa solução
para essa situação”, disse Richa.
O governador cobrou do banco um posicionamento sobre a conservação dos
empregos. “Estamos nos mobilizando pela preservação dos empregos do HSBC no
Estado. Uma delas inclui este contato com a direção do Bradesco”, afirmou
Richa. Dos cerca de 21 mil colaboradores do HSBC, aproximadamente 8,5 mil
trabalham no Paraná. Apenas em Curitiba e região são 7 mil pessoas
trabalhando nas 43 agências, cinco centros administrativos e no unidade de
desenvolvimento de software do banco.
O executivo do Bradesco disse ao governador que a atividade dos dois bancos
são complementares, só que com clientes diferentes, e garantiram que o
objetivo é “manter as estruturas”. A aquisição do HSBC foi “um processo bem
estudado e que não haverá precipitações”. Ele destacou que o banco tem
“muito interesse em fortalecer a presença no Paraná”. Além do presidente,
participaram da reunião Lázaro de Mello Brandão, presidente do Conselho de
Administração do Bradesco; Antônio Bornia, membro do Conselho de
Administração do Bradesco; e Josué Augusto Pancini, diretor
vice-presidente do Bradesco.
*Venda – *No começo de agosto, o HSBC anunciou a venda de sua subsidiária
brasileira para o Bradesco por R$ 17,6 bilhões. Com o fechamento das
unidades e dispensa dos funcionários, Richa acredita que ocorreria uma
reação em cadeia na economia de Curitiba. “O Brasil passa por um período de
recessão econômica e os reflexos disso impactam no Paraná. A demissão em
massa desses funcionários teria um impacto muito negativo para economia
paranaense”, afirmou o governador.
Beto Richa destacou a qualificação profissional dos funcionários do HSBC e
acredita que há razões objetivas que justificam a manutenção dos empregos.
“O Bradesco vai precisar da expertise desses milhares de trabalhadores que
estão focados em ações técnicas e bancárias específicas”, defendeu o
governador.
Richa lembrou que, no início de sua primeira gestão como prefeito de
Curitiba, em 2006, fez várias reuniões com a cúpula mundial do HSBC a fim
de que o banco inglês trouxesse para Curitiba o seu segundo centro mundial
de tecnologia, o que gerou mais de mil empregos diretos de alto nível
profissional. “A instalação do centro mundial de tecnologia na capital
paranaense foi resultado de um trabalho árduo de convencimento e
persuasão”, lembrou o governador.