O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no STF, homologou
nesta quinta-feira, 25, a delação firmada pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa,
com a Procuradoria-Geral da República. Embora assustadoras para dezenas de
políticos, as revelações de Ricardo Pessoa preocupam particularmente a
senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
O empreiteiro é o principal doador das campanhas da petista e convocou o
marido de Gleisi, o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT) para
ser testemunha de defesa nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato. A
UTC financia Gleisi desde sua primeira campanha em 2006, à prefeitura de
Curitiba.
A empreiteira já repassou R$ 1,5 milhão à petista: R$ 100 mil (2006), R$
250 mil (2008), R$ 250 mil (2010) e R$ 900 mil (2014). Pessoa foi também
convocado pelo ministro Teori Zavascki a prestar depoimento no processo a
que Gleisi responde no STF
O empreiteiro firmou acordo com a PGR no dia 13 de março para contar o que
sabe sobre o esquema em troca de um abrandamento de
pena. Pessoa é réu na Lava Jato acusado de coordenar o “clube vip” das
empreiteiras na formação de um suposto cartel que atuou no
esquema que desviou recursos da Petrobrás.
Graças às delações do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do
doleiro Alberto Youssef. Outros dois delatores que envolvem o nome de
Gleisi e Paulo Bernardo no recebimento de propinas da Petrobras.
A delação do empreiteiro deverá ser usada para reforçar indícios de
envolvimento de políticos já investigados na Operação Lava Jato, entre eles
a senadora Gleisi Hoffmann, ou ainda para que novos inquéritos, envolvendo
outras pessoas, sejam abertos.
A delação de Ricardo Pessoa tem cerca de 80 páginas e menção a alguns nomes
já investigados na Operação Lava Jato. De acordo com
fontes ligadas à investigação, o empreiteiro fez menção, por exemplo, ao
senador peemedebista Romero Jucá (RR), que é um dos 39
investigados no inquérito que apura perante o STF suposta formação de
quadrilha. Com informações do Estadão.